O carro blindado tem o intuito de aumentar a segurança do motorista e passageiros de um veículo, já que essa prática aumenta a resistência contra golpes ou disparos de projéteis, por exemplo.

No país onde a violência urbana é uma realidade do cotidiano, por exemplo, a blindagem para veículos é tão requisitada que o mercado de carros blindados é considerado um dos segmentos mais promissores.

Atualmente, em todo o território nacional, já existem mais de 16 mil emplacamentos de carros com proteção balística.

Aos que têm interesse em blindar seu veículo, veja a seguir quais os passo devem ser seguidos para regularizar a blindagem e andar dentro da lei, veja a seguir o passo a passo:

  1. Autorização do Exército;
  2. Autorização do Detran ou despachante;
  3. Realizar a blindagem em uma blindadora certificada pelo Exército;
  4. Realizar a inspeção na Sevel;
  5. Retornar ao Detran ou despachante para finalizar o processo de alteração do CRLV e emissão de um novo constando no campo observações “VEÍCULO BLINDADO”

Você pode ter acesso a esses documentos para retirar a sua autorização no site da Associação Brasileira de Blindagem. O carro ao ser blindado torna-se um produto controlado pelo exército por apresentar materiais balísticos instalados nele.

Com a permissão concedida e o documento em mãos, a blindadora pode iniciar o processo que, de simples, não tem nada. Diferentemente do que muitos pensam, a modificação não é feita apenas nos vidros e envolve também a carroceria, portas, teto e painéis.

O processo de blindagem consiste em desmontar o veículo, mantendo apenas a lataria, o motor e o painel. São retirados a capa interna do teto e o forro das portas, os bancos, os vidros e as rodas para que os materiais com resistência balística sejam instalados.

Os vidros são constituídos de várias placas transparentes de policarbonato que são intercaladas com chapas de vidro. Na blindagem nível I esse vidro fica com até 2,1 centímetros de espessura, no máximo. Já os resistentes à fuzil os vidros passam de 4 centímetros, para se ter uma ideia um vidro comum só tem 0,6 centímetros de espessura.

Logo se inicia a blindagem da lataria, que possui 12 camadas de aramida, uma espécie de tecido, que em combinação com o aço inox laminado proporciona resistência balística.

  • Quais os níveis de blindagem permitidos?

Os níveis de blindagem variam de acordo com o tipo de proteção que você deseja, sendo uns mais resistentes do que os outros, sendo eles:

  • Nível I: Se tratando do primeiro nível, proporciona uma resistência a armas de menor calibre como revólveres de 22 e 38. É uma opção mais barata, porém limitada.
  • Níveis II:A e II: Proteção a projéteis de pistolas 9 milímetros e revólver 357 Magnum.
  • Nível III:A: Este é o tipo de blindagem mais procurada e usada no Brasil, representa mais de 98% de todas as blindagens realizadas nos veículos do país, protege de submetralhadoras 9mm e revólveres 44 Magnum.
  • Nível III: Já este nível de proteção o seu uso torna-se restrito e dependente da licença especial fornecida pelo Exército. Sua proteção é mais elevada, pois oferece resistência a tiros de fuzil. Entretanto, o seu processo é mais demorado, agrega um maior peso ao carro, o que limita até mesmo os modelos que suportam esse nível de blindagem.
  • Nível IV: Este tipo de blindagem é totalmente proibido para uso civil, sendo exclusiva para pessoas jurídicas e transportadoras de valores. Tem a capacidade de proteger os ocupantes de disparos de metralhadoras é o nível mais potente de blindagem.
  • 1- Preciso fazer alguma manutenção diferenciada?

Os materiais mais pesados reforçando a estrutura do veículo implicam, necessariamente, em uma manutenção diferenciada, quando comparada a de um carro comum. Algumas blindadoras recomendam não deixar o veículo exposto ao sol, evitar choque térmico e fazer a limpeza dos vidros sem usar produtos químicos ou abrasivos.

Devido ao peso extra é importante se atentar ao desgaste das peças, como pastilhas de freio, amortecedores e pneus. Adicionalmente o veículo blindado requer revisões específicas da blindagem, tais como: alinhamentos de portas e tampas, testes de ruído, infiltração de água, acabamentos e testes funcionais do carro.

  • 2- Bati meu carro blindado, o que devo fazer?

Deve-se entrar em contato com uma blindadora para realizar o conserto do veículo referente a parte blindada, pois pode haver danos na blindagem principalmente na parte da lataria que muitas vezes não pode ser vista, para assim garantir que a blindagem continue tendo o mesmo efeito.

  • 3- Blindagem invalida a garantia do veículo?

O motorista pode ficar com o pé atrás na hora de blindar o seu carro novo com medo de perder a garantia do modelo. E, de fato, essa invalidação pode acabar acontecendo, caso o proprietário opte pelo serviço de uma empresa que não é homologada ou certificada pela fabricante do seu automóvel. Por isso, a recomendação é que o proprietário sempre busque blindadoras que sejam certificadas ou homologadas pelas respectivas montadoras para realizar o procedimento nos veículos.

Essa questão da blindadora homologada ou certificada pela fabricante, inclusive, deve ser um critério levado em consideração na hora de escolher uma empresa para fazer o serviço da blindagem automotiva.

Afinal, elas conseguem realizar o trabalho mantendo a garantia original ao mesmo tempo que utilizam os materiais e testes balísticos e atendem a rigorosos padrões de segurança e qualidade das montadoras. Geralmente, elas são capazes de criar projetos individuais para cada marca e modelo de veículo que também permite uma montagem e acabamento com menor interferência no projeto original dos carros.

  • 4- Carro blindado perde rendimento?

Apesar de o material de blindagem ter ficado mais leve com o tempo, ele continua com um peso considerável e isso torna inevitável a perda de performance. Além disso, existem diferentes materiais que podem ser utilizados no processo. O que, consequentemente, torna o trabalho mais ou menos pesado. De forma geral, existem projetos de sedã com 180 kg de blindagem, porém SUV’s podem variar entre 200 kg e 300 kg, dependendo do modelo e do projeto.

E na prática, quanto isso representa na perda de performance do automóvel? Isso depende de fatores como a marca, o modelo, o motor e o material balístico escolhido. Mas, na prática, a queda no rendimento é equivalente a andar com um carro não blindado ocupado com 5 pessoas.

  • 5- É possível blindar veículos elétricos ou híbridos?

Apesar de custar um pouco mais no Brasil, os modelos eletrificados estão se tornando mais populares e a tendência é que o mercado automotivo siga por esse caminho menos poluente.

No entanto, a presença da bateria coloca em dúvida se é possível ou não transformar um carro elétrico em blindado. Afinal, o componente por si só já deixa o automóvel mais pesado e danificá-lo pode custar caro para o motorista. Mas isso não impossibilita o processo. O que muda em relação ao modelo a combustão é que o elétrico ou híbrido precisa ser desenergizado por completo. Nos carros elétricos esse processo não é simples e exige muitos cuidados com a bateria do motor, e procedimentos de fábrica que precisam ser seguidos à risca para evitar acidentes durante a instalação da blindagem.

  • 6- Seguro

As apólices para carros blindados costumam ser mais caras. Isso acontece por vários motivos, mas o principal envolve o custo de manutenção que esse tipo de veículo demanda, maior do que em modelos convencionais. Além disso, o custo do conserto de um carro com blindagem é maior em casos de colisão. Fique atento também porque muitas companhias deixam de fazer o seguro quando o carro tem blindagem.

  • 7- Desvalorização

Um carro blindado, geralmente, perde mais valor se comparado a um similar do mesmo modelo, ano e versão – às vezes, pode chegar a 20% de diferença entre o preço de um e outro. Isso acontece pelas próprias alterações na originalidade do automóvel devido ao processo de blindagem.

O carro fica mais pesado, tem a dinâmica alterada, bebe mais e requer mais custos de manutenção e revisão. Ao mesmo tempo, os componentes tendem a ter a vida útil encurtada pelo acréscimo de peso e o futuro comprador ainda vai precisar fazer uma revisão da blindagem e pesquisar sobre a empresa que fez o serviço. Tudo isso contribui para uma desvalorização mais acentuada do blindado.

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